tobor e o amanhecer antecipado em seu dia.

vida simples, pensamento elevado.

quinta-feira, setembro 30

Descobertas abertas


Há mais num sorriso do que trinta e dois dentes e o movimento de mais de 100 músculos. Posted by Hello

Descobri que o blogger.com permite colocar fotos através do serviço da Picasa: hello. Esse blog ficará mais colorido, I hope so. Thanks blogger.com.



Imagina se você perde a noção de tudo. Imagina que um dia você acorda e não sabe como fazer nada, inclusive escovar dente e essas coisas básicas. Como ligar a televisão? Como comer uma maçã? Como chegar ao centro da cidade? Várias dúvidas na sua cabeça sem você saber que elas mesmo existem. Imagina você ver pessoas iguais a você, que estranho! Imagina mexer a boca e soltar um vento de dentro do corpo e sair um som. "Ah! Socorro, algo bate dentro de mim!" Imagina acompanhar o movimento do seu tórax admirado com a capacidade dele de se extender. Olha só: você pode pôr coisas dentro da boca e engolí-las. Isso é estranho. E quando você menos espera, seu olho pisca. "Pára de piscar, pára!". E sai uma lágrima. Que loucura. Tá saindo água dos meus olhos. Que estranho, uma coisa amarela está voando. Olha aquilo ali. Um monte de gente ao seu redor e você apenas admira como elas andam, como elas olham, como elas se vestem. Eita! A roupa! Você nem sabe que tem que usar roupa. Volta pro apartamento, mas... que apartamento? Você saiu de qual? São todos iguais. Imagina a loucura dessa vida. Tantas cores, tantos sons, tantas falas, tantos sentimentos. Mas você ainda vive. Keep going, baby.

terça-feira, setembro 28

Logo, logo.

Ela dirigia tão perto da direção, que quando caia num buraco, soava a buzina. Coitada. Era confudida com Nietzsche nas sessões do grupo de apoio aos Bigodes Protuberantes. Era infeliz em sua casa de boneca e três vezes mais infeliz na bagunça dos seus horários trocados. Visitava o banheiro a cada quinze minutos e costumava escovar os dentes enquanto exercia suas responsabilidades no dia-a-dia. Plantava maconha em uns jarrinhos cor de rosa na beira da cama, mas nunca sequer tragou cigarro comum. Achava bonito o formato das folhas. Tinha um gato chamado gato e um peixe chamado tartaruga. Seu próximo bicho seria um cachorro que chamaria de leão. Adorava trocar os nomes das pessoas e ficar rindo da cara de estranhamento delas. Ligava para a pizza e pedia um motoqueiro com bom senso de humor. A farmácia já estava cansada de negar as "lasanhas" solicitadas por ela. Andava pelas ruas do centro atrás de artistas populares para poder dar cinco ou dez centavos. Era muito infeliz, mas seu grande segredo era não transmitir isso para as pessoas. Dizia: "Eu posso tá com gripe, mas não quero que os outros peguem. Se tou triste, não quero ver ninguém com a boca curvada para baixo". Chamavam ela de louca, sapatão, psicótica, burra, ingênua, incoerente, estúpida, mongol, retardada, monstro, pelo simples motivo de serem incapazes de não transmitir os maus sentimentos e acabavam descarregando nela. Mas Elina não se intimadava e apenas retornava com um sorriso que fazia pássaros cantarem, como nos filmes da Disney. Bons filmes da Disney.

segunda-feira, setembro 27

Boom

Não me venha de Casablanca, pois minha alma é negra. Meus pensamentos são os mesmos, o que muda são as pessoas. Quero que tudo seja regido por música, arte e nada de história. Sou cor em essência, nota espiritual. Na hora que me encontrar com a morte, quero uma cremação com artistas circenses, um mágico que tira uma flor da cartola, uma acrobata que se pendura no tecido e uns seis ou cinco curta metragens rolando num telão. Quero oleandros brancos espalhados pelo chão, vinte e seis velas espalhadas pelo cenários. Duas bandas tocando sucessos que gosto. Uma câmera fotográfica registrando todos os sorrisos. É, eu quero sorrisos. E nada de história. Quero que tudo que seja registrado, seja jogado fora, queimado, escondido. Quero que todos vivam o momento, mas se esqueçam dele depois. Quero fogos, quero barulho, quero cores, quero artes. Esculturas de gelo, poesias, contos escritos no chão, brincadeiras com espelhos, cavalos para passeios e muito chocolate de graça. Quero é felicidade. Pois alguém morre num canto, nasce em outro. Quando se sai de algum lugar, se chega em outro. Quando cai uma lágrima, eu quero é um sorriso.

Os diálogos deram um tempo. Tão descansando.

segunda-feira, setembro 20

Um filme onírico.

Uma certa época, achei que nos sonhos, o meu peri-espírito vivia minhas histórias mais surreais. Mas se o sonho que tive hoje de manhã foi vivido, com certeza merece um relato descritivo nos mais ínfimos detalhes. Estou ainda embasbacado como ainda lembro de tanta coisa no sonho. Algumas nuances foram adicionadas agora para dar um ar mais realístico a história, já que, para mim, ela foi vivida.

O Teatro do Furo

Era daquelas noites que cada pingo de chuva fazia a gente ficar mais perto dos lençóis de algodão da nossa cama. Em um camarim à la século XV, pufes arredondados e avermelhados decoravam o ambiente. Algumas pessoas sentadas e deitadas no ambiente. Eu era apenas um amigo dos atores. Conhecia cada um deles. Já tinha trabalhado com eles em outra época. Por íncrivel que pareça, eram publicitários, e agora são atores. Eu apenas dizia coisas debochadas para relaxar a trupe, que deitada, escutava algumas histórias entre tentativas de decorar as falas da peça há quinze minutos de tudo começar. Então me entra o diretor da peça expulsando todos que não fossem da trupe. Naquele expulsa-não-expulsa, vejo vários amigos meus que não estavam na sala, saindo de cantos escuros. Acho estranho, mas sigo em frente.

A partir desse momento, a visão que era subjetiva, passa a ser objetiva. Vejo o teatro pelo lado de fora. Uma tempestade cai pelos quatro cantos da minha tela onírica. É uma noite que não parece ter fim. O teatro tem uma aparência de prédio gótico dos tempos antigos. Na frente um portão de ferro que deveria pesar uns setenta quilos. De repente, uns treze a quinze rapazes aparecem no portão jogando bola. Usam o portão como trave. Eles jogam bola com sacos de plástico na cabeça. De repente, um dos homens olha para o teatro e entra pelo portão. É possível ver que o saco plástico envolve toda sua cabeça e uma área mais transparente do saco é usada como visor na região dos olhos. Ele anda com firmeza e vai em direção a grande porta de entrada.

Nessa hora, a visão volta a ser subjetiva e acabo vendo através do saco plástico. E fui de encontro a um dos guardas do teatro. Esse ficava no canto esquerdo, num buraco da parede. Ao me aproximar, puxei uma adaga que ficava numa bainha de couro. Cortei o pescoço dele. Vi as linhas que fiz naquele pescoço carnudo. Vi que os rios de sangue que se criaram diante dos meu olhos. Eu tinha começado e não poderia parar. Fui para o guarda do lado direito. Com esse, parece que minha adaga já via seu destino, foi mais fácil. Enfei a adaga em seu peito, que é menos de segundos, parou de existir. Tirei o saco da cabeça. Abri a grande porta e entrei no teatro. Estava lotado. Não vi se havia uma peça sendo apresentada, mas vi que muitas pessoas olhavam para o palco iluminado e não me perceberam entrar. Eu não estava vestido muito diferente dos que estavam ali dentro. De repente, uma mulher ao meu lado olha para mim e rir. Rir feito deboche. Como se eu fosse algo ridículo. Ela pressionou o peito do namorado, ao qual abraçava, e ele olhou para mim também, rindo. Não titubeei, meti a adaga no meio dos peitos dele. Mas o movimento foi tão rápido que ele não percebeu. Seu riso continuou forte em seu rosto. A adaga foi ao peito da namorada. Percebi que meus movimentos eram tão rápidos que eles nem sequer sentiam dor. Então fui ao meu massacre. O teatro estava lotado e lá fora, uma chuva que os empedia de fugir.

Acordei. E acordei com a certeza que foi o maior genocídio cometido. E um genocídio sem que as pessoas percebessem que estavam morrendo.

segunda-feira, setembro 13

Vida eterna a Benjamim

Astrófilo e Vulva Elétrica em És necesário exarrerar para la tier mas successo

- Astrófilo!!!
- Diga Vulva Elétrica!
- Mas que merda tu fez ali, hein?
- Vulva, sem palavrões nesse diálogo, hein?
- Mas porque?
- Não é necessário.
- E porque não?
- Você anda exagerando.
- E o exagero é um erro?
- Mas tudo que vem em excesso faz mal.
- E dinheiro?
- Deixa a pessoa cobiçadora, vaidosa e metida.
- Sexo?
- Causa problemas nos genitais.
- Pensar?
- Insanidade.
- Escrever?
- Tendinite.
- Conversar?
- Desidrata a boca.
- Beber água?
- Afogamento.
- Internet?
- Information overload.
- Filhos?
- Pobreza.
- Puta que pariu. Num tem nada?
- Nada!
- E agora? O que vamos fazer se não podemos exagerar?
- Ócio.
- Pera aí.
- Ok.
- Vamos chamar Eternal Shine para uma partida de chops de leite.
- Tudo bem. Mas antes vamos conversar um pouco sobre esse lance de excesso.
- Ok.
- Afinal... se eu exagero, quem sofre com isso?
- Você.
- Mas no caso, se eu mato em excesso? Quem se dá mal?
- Você. Depois que a pessoa morre, num tem como se dá mais mal. Mas você fica vivo.
- Hummm. Bom pensamento. Mas se eu roubo os pobres. Quem se dá mal?
- Você.
- Puta que... ops! Desculpe-me. Como eu???
- O que você faz de mal aqui, o porco conta.
- Que porco, Vulva?
- Astrófilo, quando você morre, uma galinha e um porco aparecem para colocar uma pedra por cada coisa ruim e boa que você fez. A galinha põe pedras brancas, indicando coisas boas, e o porco põe pedras pretas, indicado coisas ruins. Se você tiver mais pedras pretas, vai pro inferno.
- Ihhh.. Noooossa. Acho que você exagerou Vulva.
- Ih! Foi mal aí leitor.
- ...

Doutor Cuervos e a fantástica fantasia de urso

- Bom dia, ho-ho-ho!
- Que é isso?
- Neuza! Não me reconhece?
- Quem é você?
- Neuza! Eu sou teu urso!
- Que palhaçada é essa?
- Calma Neuza. Eu sou teu urso.
- Que merda é essa?
- Olha, vira pra lá, eu vou tirar a máscara.
- Tá bom.
- Tchanram!
- Doutor Cuervos, o senhor não devia fazer isso.
- Mas eu não sou o Doutor Cuervos.
- Como assim?
- Eu sou teu urso! (risadas de platéia vistida de animais de zoológico)
- Doutor Cuervos, eu já entendi.
- E então?
- Tire essa roupa. O senhor tem uma cirurgia às sete horas.
- Mas Neuza, eu não sei fazer cirurgias. Eu sou teu urso! (risadas de platéia vistida de pássaros)
- Deixe de brincadeira, Doutor Cuervos.
- (risadas de platéia vistida de animais aquáticos)
- Doutor Cuervos!!! Eu estou falando com um homem ou com um rato?
- Com teu urso, Neuza!
- Ahhhhhhhh! Filho de uma... ursa! Tire já essa roupa infantil e vá fazer a cirurgia!
- Eu não posso.
- Porque?
- É porque...
- É! Eu já sei. Você é meu urso.
- Não. É que tou sem roupa por baixo da minha pele. Ursos não usam roupas de humanos.
- Doutor Cuervos! Eu não tou acreditando no que tou escutando.
- ... (risadas tristes de uma platéia vistida de perus)
- Ai meu deus. E agora? O que você tem a me dizer?
- Neuza, eu sou teu urso.

quarta-feira, setembro 8

Jazz aqui minha alma, meu amor e todas as palavras que escrevo

Felizberto e todo seu organismo contra a felicidade

- Bom dia, Felizberto.
- Hm.
- E então? Hoje... como vai seu dia?
- Uma constante.
- Como assim?
- Uma constante merda.
- Mas Felizberto, você nunca fica feliz?
- Não.
- Nunca riu?
- Não.
- E como você explica isso?
- Eu não produzo endorfina.
- ...


Astrófilo e Vulva Elétrica em La estoria de los manchos e las conchitas

- Olá Vulva Elétrica!
- Boa noite, Astrófilo.
- O que você fez hoje, Vulva?
- Joguei fliperama, passei na pedicure e comi torta alemã no quarto círculo do inferno.
- Ué? Anda lendo Dante?
- Mas que merda. Derrubei o cappucino.
- Ah. Hoje fui comprar um aspirador de pó e vi o Rodolfo Repolho compandro um tira-manchas novo.
- Como se chama?
- Tira-Manchas Dersipolipolênico de Tersionalizavinilina, Vulva.
- Uau, Astrófilo. Quero um também?
- Olha, não quero conversar sobre o emprego hoje, pois meu pé coça novamente.
- Andou de cabeça pra baixo de novo, Astrófilo.
- É. Andei tentando ver o céu da boca da Margarita Mole.
- A Margarita Mole???
- Calma Vulvinha...
- Calma um caralho gigante!!! Logo a Margarita Mole, Astrófilo!!! Qualé?
- Mas amor...
- Amor uma buceta imensa!!! Não me venha com amor... pois eu num quero mais saber de você, Astrófilo.
- E o tira-manchas?
- Ah, compre dois pacotes de 360 gramas e peça pro Geraldo Geraldinho trazer aqui amanhã, por favor.
- Esse Alzheimer ainda me mata, Vulva Elétrica.
- Esse o quê?
- Ahm? Nada... falei de Furico Rayner, o nosso vizinho.
- Ah. Aquele bissexual?
- Sim. Ele ainda me mata.
- Como assim, Astrófilo?
- Ai meu deus. É que...
- Astrófilo Robério, você tá me traindo com aquela bixinha do Furico Rayner?
- Calma Vulvinha...
- Ah filho de uma égua.
- É o potro.
- Ai. Acho lindo os potrinhos quando nascem.
- Como?
- Os potrinhos. Lindos.
- Salve, salve Alzheimer.

sexta-feira, setembro 3

Feed a Momma

Godofredo e a intensa fragilidade dos nomes

- Mãe.
- Oi, Godofredo.
- Hoje ganhamos um amigo novo na turma.
- Ah, foi? Que legal.
- Mãe, a senhora é bastante dissimulada. Eu nem falei do meu amigo e você já veio me dizendo que é legal e...
- Godofredo, mais respeito. Sou sua mãe. Digo o que penso.
- E o que você pensa?
- Ah, Godô!
- Que foi mãe?
- Qual o nome do seu novo amiguinho?
- Ah não. Você sempre põe no diminutivo pra parecer uma informação chata e infantil.
- Ai meu deus! Você hoje tá fogo.
- Neco.
- O quê?
- O nome dele é Neco.
- E isso é nome de gente?
- É apelido.
- Apelido de quê?
- E eu sei?
- Ué, como que você não sabe? Você num disse que Neco é apelido?
- É. Mas porque eu deveria saber o nome?
- Porque você é amigo dele!
- Eu não. Sei que ele se chama Neco e só.
- Ai, Godô.
- Qual seu apelido mãe?
- Num tenho.
- É mãe-chatonilda-sem-apelido!
- Mas que apelido chinfrim. Escolhe outro aí.
- Esporádica Relevância da Magnitude Pseudo-Antropológica da Inversão Enigmática. Que tal?
- Cansativo.
- Astronauta Azul na Estrela Amarela.
- Muito daltônico.
- Berzuk.
- Muito infantil.
- Ventilador de Palavras Fatídicas.
- Muito patético.
- Boba.
- Gostei.
- Ah mãe, você é chata demais.
- Boa noite, Godô.
- Godô não. Amigo do Neco.
- Neco de quê?
- Neca de Quitibiriba.

quarta-feira, setembro 1

Baluarte

Godofredo e a estética da frenética métrica bélica de Lisbela

- Mãe.
- Oi.
- Você se chama Mafalda, sim?
- Claro, não é Godofredo?
- Pronto. Agora me diz um nome para por em minha formiga.
- Que formiga, Godofredo?
- Eu conheci ontem. Ela me pediu um nome. Tou pensando.
- Ah num vem com essa.
- Tem que rimar com Jubileu Teleniosmânico da Esmeralda em sua Tabela.
- E o que diabos é isso?
- Lisbela! Rimou!
- E cadê sua amiga formiga?
- Tá na China.
- Como assim?
- Ela entrou no formigueiro, que de tão fundo, sai na China, o outro lado do mundo.
- Ah é? E ela sabe mandarim?
- Eu ensinei.
- E onde você aprendeu?
- No biscoito da sorte.
- E agora vem com aulas de mandarim?
- O meu veio.
- E quando foi que você comeu um biscoito da sorte?
- No meu sonho.
- Ah.
- Lisbela. Mas ela não tem cara de Lisbela.
- Ah não? E tem cara de quê?
- De Eternal Shine.
- Eternal Shine é nome de vaca, Godofredo. Do seu tio Espora do Bigode Aceso.
- Mas titio colocou o nome da vaca por causa da formiga.
- Afe. Que confusão, Godô. Vamos deixar isso pra conversar amanhã. Vá dormir.
- Eu não. Tou esperando um e-mail de Lisbela.
- E cadê seu computador? Comprou um, foi?
- Meu computador tá dentro da minha cabeça. Ele foi feito pela Appleginação.
- E que empresa é essa?
- Apple Imaginação Sociedade Anônima.
- Não sabia que existia essa agora.
- É porque ela é anônima.
- ...
- Lisbela. Ela tem uma certa arma nos olhos. Me apaixono por garotas assim.
- No auge dos seus cinco anos?
- Cinco anos de corpo, mama.
- Vá dormir.
- Xeng Lin Tan Xing.



Gertrudes e fertilidade de Procópio Filho da Puta

- Bom dia.
- Bom dia, vim visitar um louco.
- Qual nome, senhora?
- Procópio Filho da Puta.
- O-o-o-que a senhora é de-de-le?
- Ex-exposa, ex-amiga, ex-tudo.
- Ok. Maicou! Acompanhe a senhora até a sela 3.045.

- Olá Procópio.
- Bom dia, senhora.
- Olha, vim cobrar a senha do cadeado.
- Que cadeado?
- Do armário do depósito.
- Deposite seu envelope no buraco abaixo.
- Você vai ver o que vou depositar no seu buraco, seu louco de merda.
- Calma senhora. Você tem vários problemas gástricos. Anda para trás e para frente.
- Ô Proc...
- Que atrás vem gente.
- Filho da égua! Me diz os número.
- Um, dois, seis, nove, cinco, quatro. Não necessariamente nessa ordem.
- Ai meu deus.
- Cadê o carbono?
- Virou figurante de outros diálogos.
- Quero falar com o carbono.
(Carlos Onofre aparece atrás de um croma key rosa, na verdade ele foi incluído nesse diálogo por extrema necessidade. A satisfação dos atores é nosso maior lema. O senhor Procópio não poderia ficar sem falar com seu próprio filho.)
- Olá pai.
- Carboninho!
- Não me chame assim. Você sabe que fico com vergonha.
- E a revolução?
- Em processo de aplicação final.
- E os bem-te-vis?
- Todos mortos.
- (risadas estrondosas de platréias freneticamente alteradas por drogas ilegais). Isso tá me cheirando fala de outro diálogo.
- É o maldito estúdio 4 do Doutor Cuervos!!! Sempre sai uma fumaça medonha de lá e acaba que a nossa platéia é que fica alterada.
- Meu filho, você precisa ter forças para superar esse rebaixamento.
- (risadas escandalosas de platéias perdidamente flutuantes) Terei, papai.
(Infelizmente, Carlos Onofre não tem tantos privilégios para continuar nessa cena. Sua mãe, pode entrar com processo contra nós).
- Vim te dizer uma coisa, Procópio Filho da Puta.
- Alô?
- Estou grávida.
- Gravidade.
- De você, monstro!
- Drácula.
- Como pode me bulinar nos meus próprios sonhos???
- Losing my religion.
- E já escolhi o nome.
- Nomeclatura de polissacarídeos.
- Ele se chamará...
(tantantan-tan-tan! Continua no próximo capítulo)

Próximo Capítulo

- ... Zigifrid Oconcur!
- Zélia, Márgora, Bendina, Porlova.
- Fala alguma coisa, miserável!
- Gertrudes, minha cara, é triste a sua inocência em acreditar que esse filho seja meu. A gravidez por sonhos está muito longe de ser alcançada pelos seres humanos. Já soube, por contatos infelizes, que sua pessoa anda frequentando shows de go-go boys, e que não perdeu sua triste mania de gritar perante pênis monstruosamente grandes. Zigifrid vai ser mais um dos oito filhos que você teve enquanto estive confinado nesse hotel de lúcidos e será tão triste quanto todos os outros. Claro, exceto Felizberto, pois ele, nem você o reconheceu como filho. O coitado. Agora saia dessa sala e me deixe pensar um pouco sobre a aplicação de nomes estranhos em diálogos surreais, pois talvez isso não dê certo. E não queira abrir o armário do depósito, lá só há mais diálogos estranhos como os nossos.
- Uh.
- Wake up.