tobor e o amanhecer antecipado em seu dia.

vida simples, pensamento elevado.

segunda-feira, novembro 20

Vida Sexual a moda de Tita

Pois é, tou aqui que nem mané. Ela me manda esperar por vinte minutos que me aparentam duas horas. Mas que banho infernal é esse? Tudo bem, sem pressa. Faço um chá, torro um pão, por que não? Aquele pretinho me lembra Minas. Agora estou decidido, vou arrancá-la do chuveiro, beijo os quatro lábios e ainda saio de fininho. Ela nem percebe. Mas que horas são? Agora e como sempre ando sem relógio. Essa sensação esquisita de ser controlado pelo tempo é muito fora do ritmo pra mim. Ritmo, tempo... Danço uma música cubana e preparo pro ataque. Faço um chá pra ela, afinal, se tudo der errado, ela sai ganhando (um chá). Abro a porta de fininho. O chuveiro e o vapor me acompanham no crime. Puxo a faca. Pem-pem-pem-pem. Hitschcock se tremelica no túmulo. Rá! Ela grita de medo, susto e tesão. Não sei por que caminho parto. Escolho o último. Puxo ela pelo braço, dou um beijo segurando um dos seios. Ela não evita, entra no clima. Já tá sem calcinha mesmo, é agora. E eu achando que ela iria ficar brabinha. Brabinha um caralho, é o demônio ali, tomando banho quente pra lembrar do inferno. Arranca minha roupa, agora tá empate técnico. No radinho de pilha toca uma música cafona, perfeito. Ela sempre põe nessa estação e sempre reclama das músicas. Teimosa. Me chupa, me enrola, puxa a faca... pem-pem-pem-pem. Cinco, seis, sete orgasmos. Perdi a conta. Puxo uma toalha. Ela me pergunta se tou desistindo. Jogo tudo para o ar e pulo pro avanço. Agora é Davi versus Golias e a funda dela não pode me derrubar. Tou apaixonado. Ela se encanta. Me puxa pela carne do peito, lhe avanço uma mordida no seio. Levo um tapa, claro. Adoro isso. Se mordo, levo um. Se lambo, sou mordido. É um ciclo, cumpade. Me viro tentando escapar da cena do crime e ela me chama pelo apelido. Lhe viro num sorriso e meto um tapa. Ela sorrir chorando. O banheiro já tá todo molhado, mas a gente não. Enrolo ela na toalha, jogo na cama e lhe trago um chá. Agora descança, porra! Me deixa quieto. Saio pra varanda pra fumar um beque. Ela sente o cheiro e vem com a faca. Começa tudo de novo.

segunda-feira, novembro 6

Speak to me

Eu nunca ouvi ela falar em inglês. Na verdade, uma das coisas que mais anseio é rir do sotaque dela. Rir daquelas coisas que só a gente mesmo entende. Como será que ela fala isso, aquilo e aquilo outro? Num sei, verei. Engraçado saber que ao mesmo tempo que a maior porta de todas será aberta para mim, abrirei várias pra ela. E se ela resolver casar? Será que penso duas vezes? Que nada. Queria ter filhos com ela. Aqui ela pode falar francês também. Ai, ai. Só penso nela falando francês. Mas gemendo em português. Que nada. Nada dessa historinha de ficar falando "oh yes", "oh no", "oh god". Nada de inglês na cama, no sentindo amplo da frase. Quero acordar ao som de Buena Vista e ver ela dançar flamenco. Quero sentir o cheiro e o gosto das bruschettas nas mãos dela, da maconha na nuca dela, do vinho nos lábios dela, do mais excitante sexo que posso ter. Quero sentir a mordida e na mordida, me sentir deus. E isso tudo regado com um bom frio, uma boa sensação de liberdade e o mais encantador dos sorrisos.

Quero ela e só ela me deixa assim, bobo.