Feed a Momma
Godofredo e a intensa fragilidade dos nomes
- Mãe.
- Oi, Godofredo.
- Hoje ganhamos um amigo novo na turma.
- Ah, foi? Que legal.
- Mãe, a senhora é bastante dissimulada. Eu nem falei do meu amigo e você já veio me dizendo que é legal e...
- Godofredo, mais respeito. Sou sua mãe. Digo o que penso.
- E o que você pensa?
- Ah, Godô!
- Que foi mãe?
- Qual o nome do seu novo amiguinho?
- Ah não. Você sempre põe no diminutivo pra parecer uma informação chata e infantil.
- Ai meu deus! Você hoje tá fogo.
- Neco.
- O quê?
- O nome dele é Neco.
- E isso é nome de gente?
- É apelido.
- Apelido de quê?
- E eu sei?
- Ué, como que você não sabe? Você num disse que Neco é apelido?
- É. Mas porque eu deveria saber o nome?
- Porque você é amigo dele!
- Eu não. Sei que ele se chama Neco e só.
- Ai, Godô.
- Qual seu apelido mãe?
- Num tenho.
- É mãe-chatonilda-sem-apelido!
- Mas que apelido chinfrim. Escolhe outro aí.
- Esporádica Relevância da Magnitude Pseudo-Antropológica da Inversão Enigmática. Que tal?
- Cansativo.
- Astronauta Azul na Estrela Amarela.
- Muito daltônico.
- Berzuk.
- Muito infantil.
- Ventilador de Palavras Fatídicas.
- Muito patético.
- Boba.
- Gostei.
- Ah mãe, você é chata demais.
- Boa noite, Godô.
- Godô não. Amigo do Neco.
- Neco de quê?
- Neca de Quitibiriba.
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