Destemido passado, interminável futuro
Tudo bem. Vamos voltar a escrever aqui. Mesmo que já há tanto tempo abandonado, não possua mais leitores (assíduos ou não). Mas vamos escrever pra ver se ponho muito do que tenho aqui em minha lingua natal. Preciso mesmo é falar.
O dia é 7 de outubro de 2006. Charlottetown, Prince Edward Island, Canadá, América do Norte, Terra. Incríveis 17 graus. Sinto falta do calor, das risadas entre cervejas, da maconha barata e natural, das meninas lindas e sorridentes, das aventuras, das grandes aventuras, das cachorras, do meu irmão, da minha mãe, dos meus lp's, de havaianas, de churrasco, feijoada, arroz, bife a milanesa, saladas na casa de mamacita, da macarronada na casa do meu pai, meu pai, meus irmãos, minha irmã, thiago, rafael, carol, som alto, gente sorrindo quando eu chego, abraço, muitos abraços, beijos, sexo, muito sexo, free, hollywood, ônibus atrasado, gente curiosa, receptiva, comer no manjericão, sinto falta de rúcula, tapioca, cuzcuz, pastel e caldo de cana, banho de ducha, praia, praia, praia e surfe, sambão, goiaba, caju, jambo, de muitas pessoas em especial. Sinto falta, porque saudade a gente sente quando num pode ter mais.
Nessa terra de cá li dois livros. In the Road e Sidarta. Conheci muita coisa nova: Manjerom, dragonfruit, chocolate quente de menta no Timothy' s, sanduíches deliciosos no Subway, pimp é cafetão, fancy smancy é "que fofo", joint é o beque, Coronita substitui Skol, ando jogando sinuca como nunca, batucando nas percussões com meu amigo Francisco, descobri o que é frio o que ainda pode ficar ainda mais frio (-35), descobri o que é sentir falta do melhor amigo, da família e as vezes tremer até o cu quando percebe que num tem ninguém ao seu lado, descobri como é chato querer falar 30 quilos e só sair 10 gramas porque você não tem como dizer em outra lingua, descobri como é chato conhecer pessoas frias, bestas, ignorantes e ortodoxas. Conheci gente boa, babaca, racista, doida, tímida, esquisita. Exatamente como em qualquer lugar do mundo (eu acho). Mas nunca percebi como as pessoas do Brasil, da Paraíba, da minhas redondezas, dos terreiros que frenquentava, eram tão mais interessantes que tanta gente por aqui. Sinto falta do calor, mas muito mais que isso, falta do calor humano.
E isso é o que tenho pra falar. Era o que eu tava pensando no banho, que por aqui é extremamente delicioso. E agora vou pra casa, que aqui é Thanksgiving day e todos os seres estão em casa assistindo TV e comendo peru. Que coisa, hein?
3 Comments:
vivwemos sempre por aquilo que falta.
abraço
(vc passou por aqui, né?)
bjs
Realmente, tantas pessoas nos passam e perpassam e sequer percebemos que elas valem muito mais que outras tantas ao mesmo tempo e em outros lugares. We should treasure the right people in the right time. But how to recognize them?
como milan kundera trata do acaso... é o acaso das coisas, na hora certa, no lugar certo, no tempo certo. E como ele mesmo nos fala, na vida num dá pra experimentar antes pra colocar em prática... é prática e é o real...
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