É sem rascunho
É no ato. Sai agora. Você lendo aí e eu escrevendo acá. É tiro e queda. Pei-bufe.
Agora não sabe se era na casa dos Trincheira, mas tinha a certeza que era a filha deles que dava em cima da turminha. Era cerca de cinco ou seis rapazes que sempre andavam juntos. Camisas de banda, jaqueta de couro, coturnos soviéticos e umas boinas que vou te contar. A turminha era gente boa, mas num tinha dez centavos pra dar. Sempre juntos, os rapazes curtiam ir a praia de noite, cantarolar umas músicas clichês e nos sábados, bater perna pelo centro. Faziam bagunças nas lojas, tiravam onda das senhoras caquéticas e ainda zoavam dos artistas de rua. Um deles virou advogado, claro. Sempre tem um que vira advogado. Outros cinco, não se sabe como e porque, criaram um club gay onde apresentam um cover mal acabado do Village People. Detalhe importante: o índio americano foi alterado para um modelito básico de adão. Problemas de custo, sabe como é. Mas tava falando da filha dos Trincheira. A menina era linda. Usava um óculo do tamanho da cabeça dela e andavam com vestidinhos curtos, aumentando a curiosidade dos rapazes. Ah, eu já falei dos rapazes? Era cerca de cinco ou seis rapazes que sempre andavam juntos. Vai entender.
* * *
Ao som do "Fé Jamais", escutava sucessos como "Colisão" e "Seja Agressivo" tomando banho e batendo punheta. Era um autentico nacionalista babaca. Tudo que ele queria era que todo mundo falasse tudo traduzido. Me dê um "Leite Batido" e meia porção desse bolo de carne. Era agoniante. E ele era a agonia da sociedade. "Sou daqui, não falo língua de lá", dizia. Tudo que mais queria era ser astronauta. Na URSS, claro.
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