Fértil
Astúcia era o apelido de Ferdinando. Filho de pais separados, sempre separados. Sua irmã tinha um problema com relacionamentos duradouros, mas nada que duas semanas de lágrimas não curasse. O Antônio, pois era assim que ele chamava seu tio, morava com eles, dormia na mesma cama que a mãe e adorava chá de camomila. Detalhe é que ninguém sabia, mas O Antônio era irmão do pai.
Joselita fazia faxina todas as quartas na casa da Eliana. Ou era na casa do Senhor Tomás? Não lembro. Ela fazia faxina. Sofria de rinite e tinha crises brabas quando trabalhava. Demorava cerca de cinco dias para se curar. Daí vinha a maldiita faxina novamente.
Venâncio era tio-avô de uma menina linda, a Isobel. É com "o" mesmo. Estranho, não? Mais estranho era que o Venâncio, no auge dos seus 93 anos, ainda dava banho na menina, que diga-se de passagem, era uma meninona. Que traseiro. A Isobel tinha ficado para o titio, como diz o ditado. O seu problema é que era dislexa e esquecia de tudo, para sempre. Só não esquecia do Venâncio. Até que um dia... ele se esqueceu e não voltou mais.
Aninha era tão travada, que quando lia um livro do Veríssimo, guardava o riso para soltar durante o banho. Pobrezinha. Ela tinha um paquera, meio galã de novela, que esnobava pra ela um ar de "sou o foda". Mas o que mais encantava nele era o fato de só ela saber que ele tinha broxado com uma amiga, que infelizmente, morrera num acidente de carro. Não era só isso... ela tinha fotos. Esses casalzinhos modernos que registram momentos de intimidade... sei não.
São quatro criaturas distintas. Mas tão iguais.
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