sobre ele
Então, venho falar do Manuca. Que sujeito. Cheio de dúvidas na cabeça, cheio de graça divina, com repentes de cortar qualquer rimador bandido, tocava viola também, era matemático nato, mas vivia numa montanha-russa de sentimentos. Sua grande macarronada de embaraços e nós na vida era seu bendito coração. Talvez por ter sido tão pisado, ou diria, congelado, adotou uma postura certamente desassociada da sua personalidade. Era um rapaz alto, grande Manuca. Possuia aqueles olhos que fazem petróleo cair de preço. E uma vez usou um echarpe lindo, azulado, com um castor na borda, que o ventou se esfriou pra dar sentido à moda. Parecia que tudo caminhava ao seu redor, mas para ele era o contrário, ele que vivia dando voltas em volta de si. Que estranho. Manuca tinha um jeitinho estranho de comentar as coisas, via tudo por baixo. Mas todos escutavam como se ele estivesse por cima. Grande rapaz. Não compreendia como a vida funcionava, mas tinha construído seu próprio sistema de túneis subterrâneos, para onde corria nos dias difíceis. Adquiriu asas no dia 7 de novembro e desde lá vem sobrevoando as cidades com seu sorriso largo, de quem finalmente descobriu que existe um caminho a se trilhar, e que os visitantes estão aqui apenas temporariamente. Ele agora já vê o pico da montanha e pensa em um pouso para uma pausa. É hora de meditar. Grande Manuca.
1 Comments:
"...seu próprio sistema de túneis subterrâneos...". grande, grande manuca.
:)
engraçado como o teu texto é despretensioso, mas vai deixando a gente zonzo e com um sorriso na boca.
p.s.1:"y" maldito mesmo, João, eu que o diga. saravá.
p.s.2:o link da pintura do dalí chegou aqui pela metade, e por mais que procurasse, não consegui achar o quadro que você descreveu. me manda de novo, que a curiosidade agora aperta.
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