Living la vida loca (uma tentativa de sair desses títulos todos iguais)
Mi Diego
- Então você me ama?
- Sim.. não.. quer dizer.. ainda não sei.
- Então se decida, homem!
- É que tenho medo.
- Medo de quê?
- De tropessar.
- Não sinta medo.
- ...
- ...
- ...
- O que você está pensando?
- Ai meu deus, lá vem você com isso de novo. Será que num posso ficar calado um segundo.
- Calma, só tou perguntando.
- E é exatamente isso que é chato. Deixa eu pensar em paz. Os meus pensamentos são meus. Se eu quiser expô-los, você vai ficar sabendo.
- Vai, diz, o que você tava pensando?
- Puta que pariu Júlia, deixa eu pensar em paz!
- Calma. Você tá muito agoniado. É melhor a gente conversar depois. Vai dormir.
- Não Júlia. A gente conversa agora!
- Tá bom. Pra mim, a conversa acabou em: O que você estava pensando?
- PUTAQUEPARIU!!! Será que você não desiste dessa merda?
- Vai, diz.
- E se eu estiver mentindo?
- Eu sei, mi Diego, você não vai mentir pra mim.
- Caracoles. Tu é chata pra caralho, Júlia.
- Hum.. que foi que passou nessa cabecinha?
- Se eu te esgano ou te decepo a cabeça.
- Vai Dieguinho, fala pra mim, fala.
- ...
- Diego, volta aqui, onde você vai?
- Buscar a faca, já fiz minha escolha.
Como Carlos Onofre mudou o mundo
- Alô? É do jornal?
- É sim. O que você quer?
- Opa! Calma lá! É assim que se trata um assinante?
- Meu senhor, mil desculpas. Mas o que o senhor desejaria?
- Saiu uma notícia aí com meu nome. Quero que ponham uma carta de desculpas ou me dêem a liberdade da palavra pra justificar o fato, quer dizer, o engano cometido por vocês.
- Como o senhor se chama?
- Carlos Onofre da Fonseca.
- Só um minuto. Senhor Carlos, aqui não consta nenhuma notícia com seu nome. Muito obrigado e volte sempre.
- Pe-pe-pera aí! Dê uma olhadinha de novo, moça. Na página de esportes, última matéria do canto direito.
- Só um minuto, senhor Carlos. Sim, aqui consta apenas Carlos Onofre.
- Rá! Sabia! Num existe outro Carlos Onofre em toda Versinópolis.
- Senhor, como você prova que esse Carlos Onofre é o senhor?
- Porque aí diz o seguinte: Carlos Onofre, torcedor do Bahia, disse que o clube anda meio falido...
- Meu senhor, isso não prova nada.
- Caralho! Eu não torço pro Bahia! Tira isso daí! Eu sou Vitória! Imagina se meus amigos da calabreza lêem uma coisa dessas. E o Betinho chega todo dia com as notícias na mão.
- Meu senhor, esse é um caso muito simples. É apenas desmentir o que eles estão lendo.
- Como a senhora se chama?
- Neide.
- Neide, você num tem noção do que é torcer pro Vitória e sair no jornal que você torce pro miserável do Bahia!!! Puta que pariu, Neide, me dá um tempo. Qualé?
- Meu senhor, eu odeio futebol e não acho nada interessante você ficar falando palavrões pra mim.
- E agora? O que é que eu faço?
- Diz que o Carlos Onofre é seu parente.
- Eu num tenho parente, Neide! Me salva!
- Então tá bom. Manda pra mim sua carta de justificativa que eu ponho no jornal.
O movimento revolucionário socialista conseguiu dar um grande passo na comunicação através de uma carta em forma de justificativa anexada no Jornal de Versinópolis. Um revolução foi iniciada nessa pequena cidade na divisa de Bahia com Espírito Santo. Focos revolucionários já foram anunciados em mais outras cento e quatro cidades, entre elas treze capitais. Outros países também iniciaram seus focos em pequenas e grandes cidades. Bruxelas, Rotterdam, Glasgow, Dublin e Moscou já estão parcialmente dominadas. A ingenuidade e inocência das pessoas abriu portas para que os socialistas anarquistas se movimentassem pelos grandes meios de comunicação. Agora só nos resta esperar sentado nosso prato de comida grátis. E nada de Big Mac, no more.
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