Da longa história da minha vida
Eu, Tita, Julieta, Pedro e Tomás na Praia de Pioli, Poiveta.
Das longas datas que me lembro, as mais doces foram com Tita. Aprendi a viver com ela. Não existia vinho que se comparasse com a sua saliva. Existia a beleza nas coisas pequenas (algumas até grandes, né Tita?). Amei Tita sempre como se fosse minha irmã. Existia mais amor na gente do que a gente mesmo sabia. Ontem, numa comidinha aqui em casa, entre amigos e queijos e vinhos, Tita me lança uma pergunta: "O que você acha desse casal aqui?". Ela não perguntara sobre qualquer casal na sala, mas sim de nós mesmos. Parei. Estagnei. Admito que só agora pude definir uma resposta. Essa pergunta num se faz de supapo. Mata-se um sapo numa dessas. Já comeram rã? Um delícia. Comemos num inverno que passamos em Cuba. Estávamos numa praia chamada Laguna Del Prata e comemos num bar próximo da zona rural. Uma delícia. Mas voltando, estava discorrendo (ela adora esse verbo) sobre Tita. Divina. Lembro que quando vi seus seios pela primeira vez, e isso faz uma data duas vezes mais longa que a idade dos meus filhos, eles tinham um rosado que me tentava como morangos. Silvestres, Bergman. Ela adora o Bergman. Tentei demonstrar para Tita que aquela resposta não poderia ser dada ali, através de um olhar quase que certeiro. Mas "erreiro". Hoje sei que não vivo sem a Tita e nem meu passado. O que mais me motiva a viver é saber que cada ano, cada mês, cada dia, cada hora, cada cama, cada lágrima, cada lama, cada mágica, cada pedra, cada agonia, cada merda, cada folia, cada cozinha, cada mordida, cada carinha, cada partida, cada gozada, cada medo, cada olhada, cada dedo, cada sorriso, cada dente, cada risco, cada lente, cada carne, cada boca, cada charme, cada coca, cada minima alegria foi ao lado de minha Tita. Não sei o que dizer a Tita, não sei responder. Não sei o que somos, pois nem sei se somos te tanto saber que somos com certeza. É como a lucidez excessiva que leva a loucura. É como amar Tita e não querer mais nada nessa vida.
P.S.: A Julieta está puxando meu casaco para eu colocar um beijo pra você. Então, seguem dois. E uma mordida.
Sebastian
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